As igrejas pentecostais mais tradicionais dos Estados Unidos protagonizam há décadas uma divisão racial que implementou igrejas para brancos e negros, e agora, um diálogo entre representantes dos grupos pode pôr fim ao assunto.
Uma aproximação iniciada quatro anos atrás entre a direção da Assembleia de Deus e do Conselho Pentecostal Unido das Assembleias de Deus (UPCAG, na sigla em inglês) está resultando no que promete ser o fim da divisão racial nas duas denominações.
O presidente da UPCAG, reverendo Thomas Barclay, escreveu uma carta ao superintendente geral dos 65 milhões de membros da Assembleias de Deus nos Estados Unidos, George O. Wood, dizendo que sentiu “o Senhor dizendo-me: ‘Eu te coloquei neste escritório para fazer um trabalho’”, que seria buscar a união entre os dois grupos.
No último dia 11 de fevereiro, Barclay e Wood se reuniram na sede da Assembleia de Deus em Springfield, Missouri, e assinaram um acordo com 12 pontos de cooperação mútua, incluindo um intercâmbio e a troca de recursos.
De acordo com o Huffington Post, Wood não tinha conhecimento da origem da divisão. Quando recebeu a carta, soube que em 1917 a direção das Assembleias de Deus negaram apoio a um grupo de missionários negros que planejavam ir à Libéria porque eles eram “coloridos”. Dois anos depois, um grupo de evangélicos pentecostais negros fundou a UPCAG e enviou um casal missionário para a África.
“Me doeu muito”, disse Wood, referindo-se ao fato de a celeuma ter sido originada por racismo. Ele disse ainda ter “se desculpado várias vezes” com os líderes da UPCAG: “É trágico o que havia naquela época na América, onde a igreja cedeu à cultura, em vez de transformar a cultura”, pontuou.
“Acredito que algo maravilhoso e poderoso que vai acontecer como resultado da nossa reunião, trabalhando juntos para o Reino”, afirmou Barclay.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+