As acusações contra o bispo T.D. Jakes, líder da Potter’s House, em Dallas, Texas, ganharam novos desdobramentos após a declaração de Timothy Anderson, um homem de 57 anos que se identifica como ex-pastor de jovens com Jakes na década de 1990.
Anderson registrou sua acusação em 21 de fevereiro, afirmando que o líder religioso teria tentado beijá-lo durante seu tempo no ministério.
A alegação surge em meio a uma disputa legal envolvendo Jakes e o ex-pastor Duane Youngblood, que acusa Jakes de abuso sexual quando era adolescente.
O advogado de Youngblood, Tyrone A. Blackburn, incluiu a declaração de Anderson como parte de sua argumentação para rejeitar um processo por difamação movido por Jakes contra ele e outros acusadores.
Defesa de Jakes
O advogado de Jakes, Dustin Pusch, refutou a alegação de Anderson, descrevendo-o como um aliado “não confiável” dos Youngbloods. Em uma declaração ao Dallas Morning News, Pusch afirmou que as acusações fazem parte de uma “campanha de desinformação calculada” para destruir a reputação de Jakes e obter ganhos financeiros.
Jakes entrou com uma ação judicial contra Duane Youngblood, a quem Pusch descreveu como um “ex-ministro desonrado e predador de crianças condenado”, alegando que as acusações contra ele são falsas e motivadas por interesses pessoais.
Relato de Anderson
No depoimento anexado ao processo, Anderson afirmou que conheceu Duane Youngblood por meio da organização Higher Ground Always Abounding, onde atuou como evangelista de jovens por três a quatro anos.
Ele alega que Jakes o convidou para se mudar para Dallas para assumir o cargo de pastor de jovens, com um salário de US$ 24 mil anuais.
Durante um evento religioso em 1996, Anderson disse ter sido alertado por Youngblood sobre possíveis avanços indesejados de Jakes. Ele relatou que, após aceitar a proposta de trabalho, começou a enfrentar situações desconfortáveis com o líder religioso.
Segundo Anderson, um dos primeiros incidentes ocorreu na mansão de Jakes, onde ele teria visto o bispo nu. Posteriormente, Jakes teria tentado beijá-lo após uma conversa sobre sua permanência no ministério.
“Eu estava tentando me agarrar a qualquer resquício de dignidade que me restava”, declarou Anderson. “Mas sua resposta foi assustadora. Ele me lembrou novamente que era seu ministério, sua liderança, e que, se ele me desse o que eu queria — minha chance de ir para o Japão — então eu não entenderia os princípios da autoridade”.
Duas semanas depois, Anderson disse ter decidido deixar o ministério e voltar à evangelização.
Outras acusações
Além da acusação de Anderson, os irmãos Richard Edwin Youngblood e Duane Youngblood também registraram depoimentos contra Jakes.
Richard Youngblood alegou que Jakes tentou agredi-lo sexualmente na década de 1980, durante uma viagem ministerial. Ele afirmou que o bispo teria subido em sua cama e pressionado seu corpo contra ele.
Jakes negou todas as acusações e declarou, sob pena de perjúrio, que são “mentiras maliciosas”. Seu advogado argumenta que os Youngbloods estariam buscando vingança ou benefícios financeiros com as denúncias.
O caso segue em andamento nos tribunais, com a defesa de Jakes tentando barrar as acusações e os denunciantes mantendo suas alegações, segundo informações do The Christian Post.