O ex-diretor do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 12 anos e 7 meses de prisão no processo do mensalão e foragido da Justiça do Brasil, se entregou à Polícia da Itália – onde vive desde sua fuga – após a Justiça de lá decidir extraditá-lo.
Pizzolato fugiu para Itália por ter cidadania italiana, mas usou documentos de um irmão morto há décadas na fuga. Quando foi descoberto vivendo escondido, o antigo executivo do Banco do Brasil foi preso por falsidade ideológica.
No período em que esteve preso, Pizzolato disse ter “encontrado pequenos sinais da existência de Deus” através de “várias pequenas coisas”.
Ele contou também que na véspera do julgamento do primeiro pedido de extradição para o Brasil, recebeu um livreto do pastor Romulus – líder da igreja pentecostal Fonte de Vida, em Modena – onde havia uma mensagem de esperança: “Um dia antes do julgamento, o pastor me mandou uma carta e me deu um livrinho, e ele tinha sublinhado um trecho que dizia que o senhor Jesus era meu advogado”.
Após 9 meses, Pizzolato foi liberado e revelou ter se sentido como Saulo, que se tornaria o apóstolo Paulo: “Eu me vi no escuro, na dificuldade e na derrota, não tinha mais forças, e era como se me apertassem e asfixiassem. Procurava um meio de poder sobreviver e pedi a Jesus que me mandasse um sinal de qual era a sua vontade”.
Extradição
A Justiça italiana aceitou o pedido das autoridades brasileiras e aprovou a extradição de Pizzolato para que ele cumpra sua pena no Brasil. No entanto, a decisão final em casos de extradição fica à cargo do chefe do Poder Executivo, o que a torna uma questão política.
De acordo com informações do jornal O Estado de S. Paulo, o pastor da Igreja Fonte de Vida, que era frequentada por Pizzolato, pediu aos fiéis que orem a Deus para que Ele “intervenha” a favor do mensaleiro condenado, e sua extradição não se confirme.
“Eu o conheci no primeiro dia que ele entrou na prisão. Perguntei diretamente a ele se ele era inocente e, diante de Deus, ele me garantiu que sim. Portanto, eu acredito que ele seja sim inocente”, disse o pastor Romulus Giovanardi, justificando o pedido de orações aos fiéis.
Dentre os condenados do mensalão, Pizzolato é o último filiado ao PT que ainda não foi detido para o cumprimento de sua pena.