O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, optou por não comutar a pena de morte de Dylann Roof, condenado pelo assassinato de nove membros de uma igreja durante um estudo bíblico em 2015, bem como de outros dois indivíduos envolvidos em outros crimes.
Roof é o primeiro na história dos Estados Unidos a receber uma pena de morte por um crime de ódio federal. Na segunda-feira, 23 de dezembro, o governo anunciou a comutação das sentenças de morte de 37 presos federais, convertendo-as para prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional.
Biden reiterou sua posição de que os Estados Unidos deveriam interromper o uso da pena de morte em nível federal, com exceção de casos envolvendo terrorismo e assassinatos em massa motivados por ódio.
Roof, responsável pelo massacre na Igreja Metodista Episcopal Africana Emanuel em Charleston, Carolina do Sul, em junho de 2015, não foi incluído na lista de presos com sentenças comutadas. Durante o ataque, ele assassinou nove membros da igreja, numa tentativa de incitar uma guerra racial.
Além de Roof, Dzhokhar Tsarnaev, responsável pelo atentado à Maratona de Boston em 2013, e Robert Bowers, autor do ataque à Sinagoga Árvore da Vida, em Pittsburgh, em 2018, também permaneceram com suas sentenças de morte inalteradas, conforme informou a Associated Press.
Roof foi condenado em janeiro de 2017, após ser declarado culpado de 33 acusações de crimes de ódio federais, incluindo assassinato, obstrução religiosa e porte ilegal de armas. Durante o julgamento, o então procurador-assistente Nathan Williams declarou: “Ele deve ser responsabilizado por cada ação que tomou dentro daquela igreja. Por cada vida que ele tirou”.
Em agosto de 2021, um painel do Tribunal de Apelações dos EUA para o Quarto Circuito confirmou a sentença de morte de Roof, descrevendo seus atos como um massacre premeditado com a intenção de causar terror em larga escala.
A decisão do tribunal ressaltou a gravidade dos crimes, afirmando que “nenhum registro legal pode capturar todo o horror do que Roof fez” e que “seus crimes o qualificam para a pena mais severa que uma sociedade justa pode impor”.
De acordo com o The Chrisitan Post, a postura do governo em preservar as sentenças de morte nesses casos reflete um equilíbrio entre as opiniões de Biden sobre a pena de morte e a natureza extraordinária dos crimes cometidos.