Ramsés Cortês Noguera, nascido em Barcelona (Espanha) em 1977, iniciou sua trajetória como viciado em drogas aos 12 anos. Após três décadas entre Europa e Estados Unidos, desembarcou no Brasil em 2009 atraído pela vida noturna.
Em Natal (RN), teve o primeiro contato com crack, aprofundando uma dependência que já durava 20 anos. Em 2010, buscando amigos de seu pai em Goiás, foi preso por porte de drogas. Acabou acolhido por um casal de pastores da Assembleia de Deus, que o convidaram para cultos.
“Sentei no último banco, morrendo de vergonha. Mas ali senti paz”, declarou Noguera à Junta de Missões Nacionais (JMN).
Recuperação e recaídas
Apesar de converter-se e parar com as drogas inicialmente – “um milagre”, segundo suas palavras –, Ramsés enfrentou seis internações em clínicas e duas prisões. Em 2018, após a saída da esposa Jaqueline e do filho Julen de casa, vendeu seus bens e viveu um ano nas ruas do Rio de Janeiro.
Nesse período, sofreu duas paradas cardíacas. “Pedia a morte todos os dias. Usava tanto crack que comecei a falar sozinho”, relatou. Com 45 kg e saúde severamente comprometida, foi acolhido em 2019 pela Cristolândia de Madureira, projeto da JMN.
Transformação
Após passar pelas unidades da Cristolândia em Muriaé (MG) e Campo Grande (RJ), Ramsés ingressou no Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil. Paralelamente, orava pela reconciliação familiar. Em 2021, após dois anos separados, reuniu-se com a esposa e o filho.
Atualmente, serve como capelão voluntário em dois hospitais do Rio e atua semanalmente na Cristolândia de Madureira. Em 3 de maio de 2025, foi aprovado no concílio pastoral da Convenção Batista Fluminense, sendo consagrado pastor em 10 de maio na Igreja Batista Casa Viva, que ajudou a fundar.
“Fui resgatado das ruas, do sofrimento e do abandono. Cristo me encontrou por meio da Cristolândia, onde recebi amor e o verdadeiro Evangelho”, afirmou Noguera. “Sou testemunha viva do poder transformador de Deus”.
Contexto: A Cristolândia, fundada em 2003, é um projeto social de recuperação de dependentes químicos mantido pela JMN em 16 cidades brasileiras.
(Fontes: Declarações de Ramsés Noguera à Junta de Missões Nacionais; registros da Convenção Batista Fluminense; cronologia fornecida pela Cristolândia-RJ)