O pastor Josh Sullivan, missionário que atuava na África do Sul e passou seis dias em cativeiro durante o mês de abril após ser sequestrado por quatro homens armados, descreveu os momentos de medo e confiança em Deus durante o período que esteve sob o poder dos sequestradores.
O sequestro ocorreu em 10 de abril, enquanto Sullivan pregava sobre os frutos do Espírito na Igreja Batista Fellowship, localizada em Motherwell, próxima a Gqeberha. Segundo seu relato, os sequestradores encapuzaram-no e o mantiveram amarrado em um esconderijo, onde ficou deitado a maior parte do tempo em uma cama, com um capuz com abertura para o nariz.
De acordo com comunicado oficial do Serviço Policial Sul-Africano, o resgate ocorreu em 15 de abril, após os agentes localizarem um veículo suspeito estacionado em frente a uma casa no bairro de KwaMagxaki, em Gqeberha. Ao se aproximarem do local, os policiais foram recebidos a tiros pelos ocupantes. Na troca de tiros, três suspeitos — cujas identidades não foram divulgadas — morreram. Sullivan foi encontrado dentro do veículo, ileso.
“Obviamente, estou feliz que eles venceram o tiroteio”, afirmou o missionário. Ele contou que, no momento do confronto, estava deitado no banco traseiro do carro, orando em silêncio: “Presumo que era a polícia, porque havia muito disparo, talvez uns 20 tiros”.
Após o tiroteio, um dos policiais abriu a porta do veículo e o identificou. “Ele me olhou surpreso e perguntou: ‘Você é o pastor americano?’. Eu disse que sim. Ele chamou os outros policiais e repetiu: ‘É o pastor americano’”, contou.
Sullivan afirmou que considerou o desfecho um milagre. Ele relatou que os próprios policiais disseram que haviam recebido uma denúncia para outro endereço e só encontraram o local por engano. “O policial disse: ‘Estávamos perdidos quando o encontramos’. Eles tinham parado na garagem apenas para dar a volta, quando os suspeitos saíram do carro e começaram a atirar”, relatou Sullivan.
Dois homens ligados ao sequestro conseguiram fugir. O missionário questionou: “Como o carro não foi atingido? Como não atiraram em mim, achando que eu também era um criminoso? Foi um milagre absoluto e foi a mão soberana de Deus que esteve comigo naquele dia”.
Sullivan contou que começou a chorar ao perceber que havia sido resgatado: “Ajoelhei-me, coloquei as mãos e os joelhos no chão e louvei a Deus. Eu tossia, cuspia e chorava por toda parte. Eu não conseguia acreditar que tinha terminado daquele jeito.”
Ao descrever os momentos seguintes ao resgate, o missionário falou sobre os efeitos do trauma. “Eu estava em choque total. Divagava, chorava, meus pensamentos não estavam claros”, disse. Ele reencontrou a família cerca de uma hora depois, em outra cidade. “Tenho certeza de que minha esposa e meus filhos podem descrever melhor, mas eu era diferente. Acho que meus filhos ficaram com medo de mim por causa do choque. Eu não conseguia respirar.”
Apesar das marcas da experiência, Sullivan afirmou que compartilhou sua fé com os sequestradores. “Depois do terceiro dia, percebi que não queriam me machucar. Só queriam dinheiro”, disse, de acordo com o The Christian Post.
Ele contou que testemunhou sua fé para os três homens que foram mortos no tiroteio e reiterou que acredita firmemente que Deus realizou um milagre ao permitir sua libertação.