A Igreja Deus é Amor (pentecostal) foi alvo de uma denúncia perante o Ministério Público de São Paulo, após a denominação ter feito a divulgação de um comunicado polêmico sobre as suas doutrinas, incluindo em seu escopo a proibição de “penteado afro”.
A denúncia foi apresentada pelo Movimento Negro Evangélico (MNE), que acusa a denominação de discriminação por meio do uso distorcido das Escrituras sagradas. “Não podemos mais tolerar que a Bíblia seja utilizada para reproduzir uma violência tão grave como o racismo”, diz o grupo.
Conforme o GospelMais já havia noticiado, a igreja Deus é Amor estabeleceu uma série de exigências para seus membros, como a proibição de “roupas justas, curtas, sensuais, transparentes, rachadas ou decotadas” para mulheres, bem como o uso de “maquiagens, pintura nos olhos, cílios postiços, sobrancelhas de henna e pintura nas unhas”.
Foi, contudo, uma diretriz imposta aos homens que causou polêmica, sendo ela o alvo da denúncia. Trata=se da proibição de “usar penteado afro e calças coladas ao corpo” para os homens.
“Os membros que não cumprirem essas diretrizes ficarão fora de comunhão, sendo impedidos de participar de eventos ou qualquer atividade da igreja, até que corrijam o mal testemunho”, disse a igreja.
Retratação
Após a denúncia ao Ministério Público, contudo, a Igreja Deus é Amor emitiu um novo comunicado, dessa vez se retratando pelo ocorrido. A denominação disse não tolerar discriminação, dando a entender, também, que a divulgação do referido comunicado teria sido feita de forma não autorizada.
“A Igreja Pentecostal Deus é Amor (IPDA) repudia todo e qualquer ato de discriminação”, diz o novo posicionamento da igreja, segundo informações do jornal Folha de S. Paulo.
“O referido comunicado não representa os valores cristãos defendidos pela igreja, que apura as circunstâncias de sua divulgação.A IPDA continua de braços abertos para acolher a todas as pessoas, como faz há mais de 60 anos”, completa a nota.