Os interesses da comunidade LGBTI parece que não foram bem aceitos pela maioria dos candidatos à Presidência da República, porque dos 13 presidenciáveis que disputam o pleito esse ano, apenas 3 assinaram a plataforma de compromisso proposta por essa comunidade, sendo eles Fernando Haddad (PT), Ciro Gomes (PDT) e Guilherme Boulos (PSOL).
Considerando o total de cargos disputados, incluindo os de governador, senadores e deputados, a “Plataforma LGBTI+ Eleições 2018” pode contar até o momento com apenas 333 assinaturas de candidatos, sendo parte deles pessoas que se declararam gays, lésbicas, bissexuais, trans e apoiadores da causa.
Dos presidenciáveis em destaque, Ciro Gomes foi o primeiro a assinar, desde o lançamento da plataforma em 16 de agosto. Fernando Haddad, do PT, assinou na última segunda-feira (1). “Manteremos nosso firme compromisso com a garantia dos direitos humanos da população LGBTI+”, escreveu o petista, segundo o Congresso em Foco.
A plataforma lançada pela Aliança Nacional LGBTI, fundada em 2003, um ano após a primeira eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, propõe uma série de iniciativas que visam promover a causa do movimento homossexual no Brasil, entre elas a polêmica criminalização do que chamam “discurso de ódio” e violência “simbólica”.
Segundo o documento, o político que assina esse compromisso tem a responsabilidade de “propor, articular e apoiar a aprovação do marco legal que proteja as pessoas LGBTI+ e puna criminalmente as discriminações, discursos de ódio e violências (físicas, verbais, simbólicas e institucionais)”.
Dando ampla margem para a subjetividade e interpretação do que seriam tais discursos, a plataforma ainda prevê o “combate à LGBTIfobia institucional e na sociedade”, propondo ainda:
“Articular e apoiar a aprovação de projetos de lei que conferem às Travestis, Mulheres Transexuais, Homens Trans, Intersexos e Pessoas não Binárias o direito à identidade de gênero, sem necessidade de cirurgia de redesignação sexual e com dispensa de laudos”.
O documento também propõe o compromisso com o reconhecimento da união homossexual pelo Estado, entre outros interesses da comunidade LGBTI.
Ainda segundo o Congresso em Foco, o diretor-presidente da Aliança Nacional LGBTI+, Toni Reis, entrou em contato com todos os presidenciáveis, menos Jair Bolsonaro (PSL), por considerá-lo inimigo da comunidade gay.
Por outro lado, ainda existe a possibilidade de novas assinaturas. “Marina está estudando e o pessoal da diversidade tucana está vendo com o Alckmin”, disse Reis.