A República de Moçambique, como é oficialmente reconhecida, é um país localizado do sudeste da África. De língua portuguesa, a maioria da população se declara cristã, cerca de 56%. Mas, o aumento do radicalismo islâmico no país tem chamado atenção dos governantes e dos próprios muçulmanos, que representam 18% dos cidadãos, segundo um senso realizado em 2007.
Um comunicado feito na última terça-feira (29) por Inácio Dina, porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM), em uma conferência de imprensa, chocou o país ao dizer que pelo menos 10 pessoas foram decapitadas, incluindo crianças, ao que tudo indica, por um grupo islâmico chamado “al-Shabab” (“os jovens” em árabe).
O mesmo grupo já havia se tornado conhecido em outubro do ano passado (2017), quando atacou a polícia e o exército na cidade de Mocimboa da Praia.
Dessa vez, às autoridades acreditam que “Eles tinham como alvo o chefe do vilarejo porque deu informações à polícia sobre o local em que o grupo estava escondido”, disse uma fonte à agência de notícia francesa AFP.
Os crimes aconteceram em zonas ruais, onde não há eletricidade. Desde 2014 o grupo al-Shabab atua na região e a Polícia local vem combatendo o avanço dos extremistas, mas ainda assim casos como esse revelam preocupação, uma vez que eles parecem não temer a repressão.
Inácio Diná, no entanto, acredita que o ataque é um sinal de que o grupo está perdendo espaço: “Este é um grupo que foi amplamente fragilizado”, disse ele. “Um total desespero, em tentar buscar algum protagonismo”. O porta-voz ressaltou que estão fazendo o possível para capturar os criminosos e que a situação na região está controlada:
“Tudo quanto está para ser feito é encontrar estes indivíduos e colocá-los na prisão para a devida responsabilização, de forma copiosa como tantos outros. Vamos colocá-los diante do tribunal para serem responsabilizados”, assegurou Diná, segundo o canal DW. “Neste momento descrevemos o ambiente como estável. As pessoas estão voltando normalmente a calma às suas vidas”.