Após 19 anos de ministério, o pastor Liam Garvie compartilhou, em artigo publicado em seu blog, cinco lições que gostaria de ter ouvido em seus primeiros anos de liderança.
Com base em 1 Timóteo 4:12 — “Seja exemplo para os fiéis na palavra, no procedimento, no amor, na fé e na pureza” —, ele alerta para os riscos de negligenciar a vida familiar em nome do trabalho pastoral. “Ser piedoso em casa é a base para ser um exemplo na igreja”, escreveu.
1. Fala exemplar: priorize a comunicação em casa
O pastor relata que, nos primeiros anos, dedicava horas a estudos e questões ministeriais, deixando a família em segundo plano. “Quando meus filhos batiam na porta do escritório, eu respondia com irritação. Minha língua, que pregava graça, falhava em oferecê-la aos que mais amava”, admitiu.
Ele aconselha: “Fale com interesse genuíno. Ouça sem distrações. Um discurso intempestivo em casa anula o fervor no púlpito”.
2. Conduta exemplar: viva o evangelho no lar
O autor confessa que, enquanto exigia conduta cristã da igreja, sua vida doméstica nem sempre refletia esses padrões. “Nossas casas devem ser vitrines do evangelho. Se não vivemos a fé diante da família, como guiaremos outros?”, questiona. A hipocrisia, segundo ele, mina a credibilidade pastoral.
3. Amor exemplar: reordene as prioridades
O texto critica a tendência de sacrificar a família pelo ministério. “Adiei jantares para terminar sermões e cancelei passeios por reuniões. Que exemplo de amor cristão é esse?”, reflete. Citando João 13:35, ele enfatiza: “Amar a esposa e os filhos profundamente é a melhor recomendação de Cristo à igreja”.
4. Fé exemplar: confiança visível nos desafios
O pastor relembra crises iniciais — divisões na igreja, acusações — que testaram sua fé. “Na frente da igreja, eu parecia firme. Em casa, duvidei e desesperei-me. Minha família via minha fraqueza, não minha confiança em Deus”, reconhece. Ele aconselha jovens pastores a “descansar na soberania divina, mesmo quando as provações chegarem”, citando Provérbios 3:5.
5. Pureza exemplar: santidade começa no privado
Alertando sobre tentações comuns aos jovens, como a pornografia, o autor destaca: “Pecados secretos criam névoas de vergonha que afetam o lar e o ministério”. Para ele, a pureza exige “arrancar ervas daninhas do pecado e cultivar virtudes”, lembrando que a santidade doméstica é essencial para a saúde da igreja.
Conclusão: o lar como alicerce
“Se eu voltasse no tempo, diria: cuide primeiro da piedade em casa. A igreja precisa de líderes que vivam o que pregam — começando pela cozinha, não pelo púlpito”, conclui.
O artigo ressalta que, após quase duas décadas, essas lições seguem relevantes: “Ser exemplo na igreja exige ser santo em casa. Sem isso, todo fervor ministerial é fogo de palha”.