A Convenção Geral das Assembleias de Deus (CGADB) vem sendo acusada de nomear pastores com problemas judiciais para cargos relevantes dentro da instituição.
Um dos pastores que tem sido alvo das polêmicas é Nehemias Gaspar de Araújo, que é líder de uma congregação em Betim, Minas Gerais, e foi indicado pelo pastor José Wellington Bezerra da Costa, presidente da CGADB, para o cargo de primeiro vice-presidente do Conselho de Ética e Disciplina, tornando-o responsável por tratar de casos que podem resultar na expulsão de pastores da entidade.
A questão polêmica em torno do pastor Nehemias, levantada pelo site ClickBetim em sua reportagem, refere-se a uma condenação em segunda instância por pedofilia. Na época do crime, Nehemias foi preso em flagrante por atos libidinosos com um garoto, na cidade de Contagem, MG.
A prisão resultou em sua expulsão do cargo que exercia no Conselho Tutelar de Betim, mas não foi levado em conta pela Justiça Eleitoral da cidade na ocasião, o que permitiu sua eleição para a Câmara Municipal. Após as condenações, Nehemias tornou-se “ficha suja”, e foi impedido de tentar a reeleição para vereador.
No estatuto da CGADB, a prerrogativa para exercer um cargo no Conselho de Ética e Disciplina é ter experiência e boa reputação: “O Conselho de Ética e Disciplina é o órgão da Convenção Geral responsável pela análise, processamento e emissão de pareceres nas representações que contenham acusações contra membro da Convenção Geral, conforme previsto no Estatuto da Convenção Geral. Os componentes do Conselho de Ética e Disciplina serão ministros de notória reputação e experiência tendo, pelo menos um, formação jurídica adequada”.
Outros escândalos
As polêmicas sobre pastores que ocupam cargos no Conselho de Ética e Disciplina da CGADB não se restringem ao caso do pastor Nehemias.
De acordo com o blog do pastor Geremias do Couto, o pastor Israel Alves Ferreira, integrante do mesmo Conselho, seria réu em diversos processos, e o pastor Abiezer Apolinário da Silva, presidente do Conselho Jurídico da entidade, também estaria enfrentando problemas com a Justiça.
“Assustou-me ainda mais saber que outro membro do Conselho de Ética e Disciplina da CGADB, pastor Israel Alves Ferreira, enfrenta, também, diversos processos na justiça. Em um deles, está sendo processado por apropriação indébita previdenciária, ou seja, por haver descontado a previdência dos funcionários da igreja e não ter repassado o dinheiro ao INSS. Também figura no processo, como co-réu, o pastor Abiezer Apolinário da Silva, vice-líder da AD de Salvador, BA, e, surpresa… presidente da Comissão Jurídica da CGADB”, escreveu Geremias do Couto.
Em seu artigo, Couto encerra lamentando as polêmicas na entidade que reúne a maior parte das igrejas Assembleias de Deus do Brasil: “É por isso que fica impossível aplicar a chave-hermenêutica (v. 5) para se entender 1 Coríntios 6.1-5. Parece não haver nenhum sábio, na CGADB, capaz de julgar com equidade a causa entre os irmãos, já que a notória reputação e conduta, como determina o Estatuto, sem generalizar, não estão sendo levadas em consideração na hora da escolha dos nomes para compor órgãos de tamanha importância como o Conselho de Ética e Disciplina”.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+