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Um alerta sobre o fenômeno conhecido como “Italian Brain Rot”, que tem se disseminado nas redes sociais, especialmente no TikTok, vem sendo feito por especialistas através da imprensa.
De acordo com o The New York Times, o termo se refere a vídeos com personagens gerados por inteligência artificial, que combinam elementos surreais, como animais, objetos e estereótipos italianos, somando mais de 3 bilhões de visualizações nas diferentes plataformas.
Entre os exemplos mais notórios está “Ballerina Cappuccina”, personagem criada em março por um jovem romeno. Trata-se de uma bailarina com uma xícara de cappuccino no lugar da cabeça. O vídeo com a personagem ultrapassou 45 milhões de visualizações no TikTok.
Especialistas classificam esse tipo de conteúdo como “brain rot”, expressão em inglês que pode ser traduzida como “apodrecimento cerebral”. Segundo os estudiosos, o termo é usado para descrever materiais considerados vazios, sem lógica ou que não exigem esforço cognitivo.
Yotam Ophir, professor da Universidade de Buffalo, nos Estados Unidos, afirmou que esses vídeos “funcionam como uma piada interna para quem passa muito tempo online”. Ele advertiu que, embora pareçam apenas brincadeiras inofensivas, podem causar efeitos negativos, como dificuldade de concentração e aumento da dependência digital.
O professor Philip Lindsay, que atua com adolescentes norte-americanos, relatou que o fenômeno ultrapassou os limites do ambiente virtual. Em sala de aula, estudantes passaram a desenhar os personagens, repetir frases dos vídeos e incorporar esse conteúdo ao vocabulário cotidiano, muitas vezes sem compreender o significado.
Estudiosos também alertam para riscos maiores. Alguns dos vídeos passaram a circular com trilhas sonoras de conotação racista ou que fazem alusão à violência, incluindo bombardeios. Yotam Ophir recordou que memes aparentemente inofensivos, como o personagem Pepe the Frog, acabaram sendo apropriados por grupos extremistas: “O mesmo pode acontecer agora”, afirmou o professor.