O psiquiatra e escritor Augusto Cury, autor de 42 livros sobre saúde emocional traduzidos para 70 países, apresentou em conferências recentes um modelo educacional baseado em três princípios.
A proposta busca combater efeitos da hiperconectividade e do consumismo na formação infantil, conforme detalhado em suas obras, tendo como foco o contexto do mundo atual.
1. Priorização do tempo emocional
Augusto Cury defende que pais devem oferecer “o que dinheiro não compra”: disponibilidade para compartilhar experiências subjetivas. “Falar das suas lágrimas para os seus filhos aprenderem a chorar as deles”, afirmou em palestra.
Ele exemplifica com sua prática de revelar às filhas próprias dificuldades na adolescência, visando demonstrar que “as principais decisões humanas são solitárias”. Essa abordagem alinha-se com o princípio bíblico de Deuteronômio 6:7, que orienta o ensino contínuo nas rotinas diárias.
2. Redirecionamento de valores materiais
O autor adverte sobre o excesso de recompensas materiais: “Pais que dão excesso de presentes cometem quase um crime contra o prazer de viver”. Cury fundamenta-se no conceito de “psicoadaptação” – fenômeno que reduz a sensibilidade emocional ante estímulos repetidos.
Como alternativa, o autor propõe exercícios de contemplação do cotidiano, como observar beleza em paredes rachadas: “Você consegue ouvir os sonhos de quem assentou cada tijolo?”.
3. Reconhecimento explícito de comportamentos
Denominada “teatralização da emoção”, a terceira regra consiste em elogiar atitudes positivas mesmo em pequenas ações: “Parabéns por trazer um copo d’água, fazer silêncio ou contribuir com ideias”.
Cury contrasta essa prática com o padrão crítico predominante: “No mundo todo, pais são distribuidores de críticas. Quem é criticista forma repetidor de informação”. A abordagem ecoa Efésios 6:4, que orienta educar sem provocar ira.
Contexto de desenvolvimento
As teses apontadas pelo autor surgiram de pesquisas de Augusto Cury sobre transtornos emocionais em jovens, iniciadas em 1998. Seu best-seller “Pais Brilhantes, Professores Fascinantes” (2003) já abordava esses pilares, com mais de 2 milhões de cópias vendidas no Brasil.
O modelo enfatiza que gestos cotidianos – como conversas antes de dormir ou histórias compartilhadas – constituem bases para desenvolvimento emocional sustentável. Com informações: Comunhão.