Na última semana, um atentado a tiros tirou a vida de cinco policiais e feriu outras sete pessoas na cidade de Dallas, no Texas (EUA), durante uma manifestação contra as mortes de negros em operações da Polícia.
O autor dos disparos foi Micah Xavier Johnson, 25 anos, ex-militar. Durante o tumulto, ele foi morto por um robô comandado à distância pela Polícia e comumente usado durante manifestações.
A mãe de Micah, Delphine Johnson, 49 anos, é funcionária de uma igreja na cidade, e disse que a passagem de seis anos de seu filho pelo Exército o transformou de um jovem extrovertido em alguém reservado. Ele serviu de 2009 ao final de 2014, e passou sete meses em uma missão no Afeganistão.
“Ele amava o seu país. Ele queria proteger seu país. Ser um militar não era o que Micah pensou para sua vida. Ele estava muito decepcionado, muito decepcionado. Mas pode ser que o ideal que ele pensava do nosso governo, o que ele pensou que o serviço militar representava, não tenha feito jus às suas expectativas”, afirmou Delphine, de acordo com informações do The Blaze.
Delphine contou ao jornal que criou seu filho na fé cristã, e que sua passagem pelas Forças Armadas o transformou em alguém que não tinha mais fé. A história foi reiterada por uma idosa que o conheceu quando frequentava a igreja: “Ele ficava recluso, não queria falar mais com as pessoas, não acreditava mais em Deus”, disse Myrtle Booker, 62 anos.
O jornal Telegraph informou que enquanto servia no Afeganistão, Micah foi acusado de assédio sexual por uma colega, que pediu uma medida restritiva para que ele não pudesse se aproximar dela “em casa, em um restaurante ou qualquer outro local”, e sugeriu aos superiores que ele recebesse “ajuda psicológica”.
União na dor
O atentado protagonizado por Micah trouxe muita tristeza ao país, e desse sentimento de dor nasceram manifestações de amizade e fé.
De acordo com informações da CNN, manifestantes de posturas opostas protestavam nas ruas de Dallas e se encontraram, acompanhados pela Polícia. E o que poderia ser o início de um novo confronto, terminou com uma reunião e uma oração.
“Nós não somos negros ou brancos ou hispânicos”, disse o sargento Paul Hinton, após orar juntamente com manifestantes do grupo Black Lives Matter (“vidas negras importam”, em tradução livre) e um grupo de brancos.